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Número de médicos especialistas no país aumenta 84% em 10 anos

Distribuição entre homens e mulheres deve mudar até 2024; a concentração nos grandes centros permanecerá

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De acordo com o estudo Demografia Médica no Brasil 2023, realizado pela Associação Médica Brasileira (AMB) em parceria com a Faculdade de Medicina da USP, houve um aumento significativo no número de médicos que completaram a residência médica no país, mas a distribuição demográfica não é animadora. Além disso, é traçado um panorama quanto às especialidades mais procuradas entre homens e mulheres. 

Como um todo, o número de médicos especialistas no país cresceu 84%. Dando o panorama geral, os dados mostram que nos últimos 13 anos, de 2010 a 2023, mais de 250 mil novos médicos (251.362) entraram no mercado de trabalho, resultado direto da abertura de cursos de medicina. Com essa expansão, em 2035 é esperado haver no país mais de um milhão de médicos

As mais escolhidas

As especialidades com maior crescimento, segundo a pesquisa, foram: clínica médica, com 56.979 médicos, pediatria (48.654), cirurgia geral (41.547), ginecologia e obstetrícia (37.327), anestesiologia (29.358), ortopedia e traumatologia (20.972), medicina do trabalho (20.804) e cardiologia (20.324). Juntas, essas oito especialidades representam mais da metade (55,6%) do total de registro de especialistas. 

Além das atividades listadas, o número de geneticistas praticamente dobrou na última década. Somente entre 2021 e 2022, o número de profissionais passou de 200 para 342. Pela característica da especialidade, oportunidades de emprego e a realidade brasileira, o número é grande. A infectologia também foi destaque entre as especialidades que cresceram de 80% a 100%.

Não se sabe ao certo a razão das escolhas das especialidades. Especula-se que, no caso dos que escolhem a genética como caminho a seguir, a pandemia e a pesquisa de doenças relacionadas a fatores familiares podem ter despertado o interesse. Esses médicos foram os responsáveis por fazer o sequenciamento do genoma do coronavírus. Colaborando, assim, para a elaboração de vacinas. Os também infectologistas atuam diretamente com doenças desse tipo.

A especialidade com maior número de mulheres é a dermatologia: são 8.236 médicas, o que representa 77,9% do setor. Outras especialidades com grande proporção feminina, segundo a pesquisa, são pediatria (75,6%), alergia e imunologia e endocrinologia e metabologia, ambas com 72,1%. Mas, os homens ainda são maioria. Em nove das 55 especialidades homologadas, os homens são mais de 80%. A realidade é vivida em outros setores da economia e apresenta tendência de mudança. Elas devem ser maioria na profissão médica já em 2024, sendo a AMB.

Distribuição demográfica

Sabe-se que algumas regiões do Brasil apresentam déficit de médicos, inclusive especialistas, no interior dos estados. E a pesquisa concluiu que esse dado é verdadeiro. Ela mostra que eles se concentram nas capitais brasileiras que, somadas, reúnem 312.246 de todo o Brasil, o que representa uma razão de 6,13 profissionais por 1.000 habitantes.

No Distrito Federal e no Estado de São Paulo, a força de trabalho cirúrgica, por exemplo, tem razões, respectivamente, de 151,5 e 85,4 por 100.000 habitantes, no Maranhão e no Acre os índices são de 26,7 e 28,6. No ano 2000, o Brasil contava com 239.110 médicos. Enquanto o número de profissionais mais do que dobrou até 2023, a população geral do país cresceu em torno de 27%.

Os estados brasileiros que possuem maior densidade de médicos por 1.000 habitantes são o Distrito Federal (5,53), Rio de Janeiro (3,77), São Paulo (3,50) e Santa Catarina (3,05). As menores densidades são encontradas no Pará (1,18 médico por 1.000 habitantes), Maranhão (1,22) e Amazonas (1,36).

O estudo considerou as 55 especialidades médicas reconhecidas pela Comissão Mista de Especialidades, composta por representantes da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), Conselho Federal de Medicina (CFM) e AMB. A Demografia Médica no Brasil 2023 contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação Faculdade de Medicina (FFM), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) e Ministério da Saúde.

Medical Fair Brasil

Todas as especialidades médicas poderão se encontrar e discutir pontos de atenção do da pesquisa e, ainda, fazer networking qualificado, visitar estandes de players que influenciam diretamente no setor, como indústrias de equipamentos e insumos, e participar de ampla programação na Medical Fair Brasil (MFB), maior feira de negócios médico-hospitalares da América Latina que acontece de 26 a 28 de setembro deste ano, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP). As inscrições podem ser feitas pelo site gratuitamente: www.medicalfairbrasil.com.br.