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Expectativas do mercado médico-hospitalar para os próximos anos

O setor vem se recuperando após a pandemia, mas a instabilidade dos cenários eleitoral e cambial exigem cautela de fornecedores e fabricantes

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Grande parte dos produtos de saúde que circulam no Brasil vêm de fora. Segundo dados da ABRAIDI (Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde), 60% dos equipamentos médicos são importados. E o interesse pelo mercado brasileiro continua crescendo, principalmente pelo tamanho do território e pelo sistema público de saúde gigantesco que temos. Além disso, as estatísticas indicam que em cerca de 10 anos, o Brasil será um país de idosos, ou seja, o público potencial só aumenta. 

A partir deste cenário, o que se observa é a aproximação de órgãos de fora e distribuidores e importadores antenados em busca de inovações que possam se destacar em determinados mercados. Como o interesse internacional é cada vez mais presente, Bruno Boldrin Bezerra, diretor executivo da ABRAIDI, orienta que as empresas que desejam atuar no país devam conhecer bem os detalhes do nosso setor. 

“O Brasil, junto com a Anvisa, fez avanços em melhorar a nossa regulação, mas a empresa que quer vir vender aqui tem que, em primeiro lugar, saber sobre a necessidade de registros e incorporar seus equipamentos ao sistema público e privado. Em segundo lugar, para fazer negócios no país, é importante conhecer as questões logísticas. Em terceiro, mapear bem o mercado e conhecer o tamanho dele”, explica Boldrin. 

Apesar da indústria brasileira ser bastante ampla e ter muita capacidade de se desenvolver, há segmentos que ainda não tem tecnologia suficiente para concorrer com os produtos importados, logo a presença internacional tende a continuar avançando. Mas, o cenário pede cautela. Se de um lado, com o controle da pandemia, o mercado está se recuperando com a retomada das cirurgias eletivas, principalmente no setor privado, de outro a desvalorização do dólar, o atraso e preço dos fretes, impostos e outras distorções trazem ainda instabilidade. 

As eleições presidenciais do próximo semestre de 2022 corroboram para essas incertezas. “Independente da ideologia política, o setor de saúde precisa ser uma prioridade. E, quando digo setor saúde, penso em hospitais, laboratórios, distribuidores, etc.”, reforça Boldrin. 

Além disso, se o SUS, o maior comprador de equipamentos médicos já estava com seus orçamentos congelados, neste ano, com as eleições, as compras tendem a não crescer. Na opinião do diretor executivo, o momento atual ainda não é o ideal para tomada de decisões radicais e de investimentos significativos. 

Por fim, Boldrin frisa o poder dos debates entre o setor em prol do fortalecimento dos importadores e distribuidores. “O nosso associado tem todo o espaço para participar mais da ABRAIDI e das discussões que trazemos. É só através desse engajamento que teremos mais força para lutar por uma saúde e um setor melhor e mais sustentável, principalmente financeiramente – não só para o empresário, mas para o paciente também”, finaliza. 

A QC Certificações, parceira da Medical Fair Brasil (MFB), realizou uma série de entrevistas durante a edição 2022 do evento, que aconteceu de 3 a 6 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo. Clique aqui e assista a entrevista completa com o diretor executivo da ABRAIDI, Bruno Boldrin Bezerra. 

A QC, certificadora acreditada pelo CGCRE/Inmetro, atua na certificação de sistemas e produtos. Para mais informações, acesse www.qccert.com.br.