Dentro das possibilidades da saúde digital, o uso de hologramas em atendimentos médicos é um elemento em potencial. Seguindo essa tendência, estudantes de medicina da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, tornaram-se os primeiros no mundo a praticar a profissão com pacientes holográficos.
Trata-se de uma tecnologia chamada HoloScenarios, desenvolvido pela empresa americana GigXR, que permite o aprendizado médico em uma realidade mista: a mistura de ambientes reais e digitais, com pessoas e objetos de ambas as categorias.
Através de módulos desenvolvidos para práticas em diversas doenças, o curso oferece diferentes níveis de aprendizado e deve contribuir até mesmo para a educação continuada de profissionais da saúde (incluindo enfermeiros e outros).
A princípio, a tecnologia da GigXR está direcionando o foco para o treinamento em condições respiratórias, mas em breve módulos de cardiologia e neurologia devem ser incluídos.
Como funciona o atendimento com hologramas?
O módulo “sala de exame virtual”, por exemplo, pode ser acessado através de um headset do Microsoft HoloLens. Nesse exercício, os médicos orientadores e estudantes se encontram para atender um paciente em holograma, que apresenta dificuldades respiratórias por asma, anafilaxia, embolia pulmonar e pneumonia. Assim, os alunos devem interagir de forma que possibilite o diagnóstico e a escolha de um tratamento.
Em paralelo, os médicos podem alterar elementos para testar os alunos — como mudar as alegações do paciente e acrescentar complicações na tarefa. Além disso, os orientadores também conseguem levantar discussões entre os alunos e registrar observações.
Por que treinar através de uma realidade mista?
“Com a pandemia, as interações baseadas em dispositivos digitais aumentaram devido ao risco de infecção pelo vírus. Então, ter um paciente em holograma permite que você veja, ouça e interaja é realmente emocionante. Torna o treinamento muito mais interativo e realista. Você também pode cometer erros com total segurança e aprender lições com eles”, explicou Aniket Bharadwaj, uma das estudantes de medicina que testou essa tecnologia, para o Medscape.
Segundo os desenvolvedores, a realidade mista torna os métodos de simulação uma forma de aprendizado mais acessível. Isso porque as formas tradicionais, que incluem atores treinados, exigem mais materiais e recursos humanos — ou seja, exigindo maior complexidade para ser implementado, além de ser de alto custo.
Atualmente, a Universidade de Cambridge está realizando pesquisas para avaliar o quão eficaz é essa forma de ensino.
Acesso à tecnologia
Embutido nas propostas do GigXR está a ideia de acessá-la em qualquer lugar do mundo, basta ter conexão à Internet e fones de ouvido de realidade virtual. Ademais, os desenvolvedores tem como objetivo garantir a disponibilidade de licenças da tecnologia para todas as instituições acadêmicas.
O objetivo é poder garantir cursos e treinamentos médicos remotos no futuro. A tecnologia desenvolvida pela GigXR agora está disponível sob licença para todas as instituições acadêmicas em todos os lugares.
Fonte: Futuro da Saúde