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Comportamento médico e a satisfação do paciente

Pesquisa oferece uma visão mais aprofundada sobre como os comportamentos dos médicos impactam diretamente essa métrica vital

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A satisfação do paciente é uma medida crucial no campo da assistência médica contemporânea. Ela serve como um barômetro para os resultados de saúde, a lealdade do paciente e o desempenho financeiro das instituições de saúde. Uma pesquisa publicada em Patient Experience Journal, oferece uma visão mais aprofundada sobre como os comportamentos dos médicos impactam diretamente essa métrica vital.

Em uma análise abrangente da literatura acadêmica e prática existente, o estudo intitulado “Doctor behaviors that impact patient satisfaction” buscou explorar a  relação entre o comportamento do médico e a percepção do paciente. Como previamente antecipado, a competência médica é altamente valorizada pelos pacientes. Contudo, a pesquisa revelou que outros comportamentos dos médicos, além da competência, são igualmente importantes e exercem influência na satisfação do paciente. Dentre esses comportamentos, destaca-se a acessibilidade do médico, as habilidades de escuta, o respeito pela dignidade do paciente, a qualidade da comunicação e, de maneira surpreendente, um senso de humor ou diversão.

A pesquisa também destacou que a idade do paciente desempenha um papel significativo na formação de suas percepções. Jovens adultos e indivíduos da terceira idade podem ter respostas diferentes aos comportamentos dos médicos. Por exemplo, os jovens adultos tendem a responder mais positivamente a médicos que mantêm uma abordagem leve e divertida, enquanto os indivíduos da terceira idade valorizam mais a empatia e a amizade.

Essas descobertas trazem insights significativos para a prática médica. Primeiramente, destaca-se a necessidade de os médicos equilibrarem sua competência com uma forte atuação em aspectos importantes da interação médico-paciente, como acessibilidade e habilidades de escuta ativa. Além disso, sugere que uma abordagem mais leve e divertida, quando apropriada, pode contribuir para uma percepção mais positiva dos pacientes sobre seus médicos. No entanto, deve-se ter cautela para garantir que isso não seja interpretado como insensibilidade aos problemas de saúde graves que alguns pacientes possam estar enfrentando.

O estudo indica que os médicos devem considerar a idade do paciente ao estabelecer a interação com ele. O ajuste da abordagem com base na faixa etária pode favorecer a relação médico-paciente, o que, consequentemente, pode levar a um aumento na satisfação do paciente.

No entanto, a satisfação do paciente é uma área complexa e necessita de pesquisas contínuas. Neste estudo, percepções valiosas podem orientar as práticas dos profissionais de saúde, sublinhando a necessidade de adaptar a abordagem, valorizar o aspecto humano na assistência médica e focar não apenas na competência técnica, mas também nas habilidades interpessoais.

No futuro, é provável que mais pesquisas sejam realizadas para explorar a interseção de fatores demográficos, como gênero e etnia, com comportamentos médicos e a influência de diferentes contextos de saúde na satisfação do paciente. Como tal, à medida que a prestação de cuidados de saúde evolui, nosso entendimento da satisfação do paciente também deve se desenvolver e se adaptar.

Fonte: Academia Médica