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Expectativas do fabricante estrangeiro para o mercado médico/hospitalar brasileiro

O Brasil é o 8º maior mercado de saúde no mundo. O país conta com 2,18 médicos para cada mil habitantes e, do ponto de vista econômico, está entre as dez maiores economias mundiais. Além disso, o território brasileiro é enorme, são cinco regiões diferentes e atrativas. Dados que corroboram com o interesse estrangeiro pelo mercado médico-hospitalar brasileiro. Mas, de acordo com Bertrand Camacho, CEO da Medinova Life Sciences, o interesse internacional vai muito além das estatísticas. “Os profissionais brasileiros buscam inovações, estão sempre conectados às melhores práticas mundiais e desejam trazer novas tecnologias para cá. O Brasil possui o maior setor de saúde pública do mundo. Países maiores não tem um setor público de saúde tão forte como nós. Por isso, há inúmeras oportunidades nos setores público e privados”, enfatiza. Atualmente, boa parte dos produtos de saúde usados no Brasil são importados. A tecnologia nacional ainda se mostra inferior e, do ponto de vista regulatório, mercados como os europeus e americanos já têm sua vinda facilitada. Apesar das questões estruturais econômicas serem complexas para as empresas que vêm de fora, o setor de saúde brasileiro é muito aberto às inovações, garantindo oportunidades e expansão, principalmente às empresas maiores e com produtos consolidados em outros países. Segundo Maik Endler, CEO da Consultoria Sobel, antes de virem ao Brasil é importante que as multinacionais incluam algumas precauções que facilitem seu sucesso por aqui. Cabe a elas, em primeiro lugar, analisarem qual será a melhor estratégia para se aproximar deste setor e como fazer isso. Por motivos fiscais, as empresas podem decidir terminar ou fazer grande parte da sua produção no Brasil, ao invés de trazer o produto pronto. “Temos pessoas muito bem qualificadas aqui, existem ótimas universidades. É, cada vez mais, atraente dizer que a companhia atua no Brasil, mas não apenas para o mercado nacional. Também é possível produzir aqui para o internacional”. O Brasil pode ser um país muito estratégico para produção de testes, por exemplo. Endler explica que aqui os custos podem ser 90% mais baixos que os valores aplicados em laboratórios europeus. Por outro lado, do ponto de vista logístico, para Bertrand Camacho, dependendo do produto, pode haver uma demora maior em recebê-lo no Brasil, principalmente por questões relacionadas à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por isso, as análises estratégicas são tão importantes e complexas. “Há produtos que conseguem ser registrados em 30 dias, outros podem demorar dois anos. Se analisarmos pelo lado regulatório, os impostos brasileiros também devem ser levados em consideração”, exemplifica o CEO. Ademais, apesar de ser uma das maiores economias do mundo, o Banco Mundial também destaca as dificuldades em se fazer negócio no Brasil. Em contrapartida, produtos que ainda não são produzidos aqui podem receber incentivos fiscais e isso traz bastante competitividade no mercado brasileiro. Por fim, a língua portuguesa também é um desafio para as empresas internacionais. Há profissionais muito qualificados no Brasil, mas nem todos têm o inglês fluente, principalmente nas regiões mais afastadas das capitais São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Brasil e Europa: semelhanças aproximam os dois mercados Apesar das questões burocráticas serem delicadas no Brasil, Maik Endler destaca que existem diversas semelhanças entre a estrutura brasileira e a europeia, principalmente relacionada às regras de certificação. Muitas vezes, os padrões são os mesmos.  Há inclusive órgãos europeus que aceitam relatórios de teste do mercado brasileiro. Camacho compartilha da mesma opinião e afirma que “os fabricantes estrangeiros, em geral, já estão prontos, porque estão atendendo a legislação local. Essas empresas já estão aptas para exportar para o Brasil. Empresas que possuem algumas certificações, já possuem o que normalmente a Anvisa e o Inmetro estão exigindo”. Em suma, saber um pouco mais sobre o Brasil e ter bons parceiros aqui, como a QC Certificações, fazem toda a diferença. “Pode não ser a melhor ideia ter o parceiro mais caro, e nem o mais barato, porque o preço não necessariamente é a única referência. Mas, fazer negócios no Brasil é como um esporte em equipe, logo ter um bom parceiro é essencial”, finaliza Camacho. A QC Certificações, parceira da Medical Fair Brasil (MFB), realizou uma série de entrevistas durante a edição 2022 do evento, que aconteceu de 3 a 6 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo. Clique aqui e assista a entrevista completa com o CEO da Medinova Life Sciences, Bertrand Camacho e o CEO da Consultoria Sobel, Maik Endler. A QC, certificadora acreditada pelo CGCRE/Inmetro, atua na certificação de sistemas e produtos. Para mais informações, acesse www.qccert.com.br.

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O gosto pela inovação e as oportunidades dos setores de saúde pública e privada desperta o interesse de empresas de fora